sexta-feira, 13 de março de 2009

É tão incrível... o quanto se pode ser poético...

triálogo fragmentado

homem 1: devagar com a louça que eu conheço a moça!
homem 2: cuide bem do seu amor, seja quem for.
bêbado: quando derem vez ao morro, toda a cidade vai cantar.
bêbado: todo dia ela faz tudo sempre igual com a boca de hortelã.
bêbado: não fiz serenata pra ela e nem cantei uma linda canção.
bêbado: o nosso amor foi embora deixando saudade em alguém.
bêbado: eu falei, eu menti, eu chorei, eu sorri dizendo que ela mora no peito.
bêbado: eu, aflito e só, confuso sem você por aqui.
bêbado: assim eu sonhei, mas isso eu não quis.
homem 1: coisas que a gente se esquece de dizer, frases que o vento vem às vezes me lembrar
homem 2: em volta dessa mesa, existem outras falando tão igual
homem 1: você abusou da regra três. onde menos vale mais
homem 2: tem sempre um dia em que a casa cai
homem 1: mas deixe a lâmpada acesa se algum dia a tristeza quiser entrar, e uma bebida por perto porque você pode estar certo que vai chorar
bêbado: meu tempo às vezes se perde em coisas que não desejo, mas não reparo esse lado, pois meu amor é o mesmo. nos momentos de carinho, eu me desligo de tudo. nos braços de quem se ama é fácil esquecer o mundo.
homem 1: se vê que vai cair, deita de vez, ó nêgo. clareia! clareia!
homem 2: é, madrugada vai ser sereninho.
bêbado: se eu fosse embora de vez, eu levaria tudinho. tudinho.
homem 1: porque fazes sem pensar, aprendeste do olhar e das palavras que eu guardei pra ti
homem 2: nosso crime não compensa. tô cansado de tanta babaquice, tanta caretice e desta eterna falta do que falar.
bêbado: dou porrada a 3x4 e nem me despenteio porque eu já estou de saco cheio.
homem 1: vento de maio, rainha dos raios de sol. chegou de repente o fim da viagem! agora já não dá mais pra voltar atrás.
homem 2: brotou da força lunar. a pedra, a glória de um deus. dessa pedra gigante vaza um sol.
la gravita levita o que era pó.
bêbado: ouço o que convém.
continua....

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